Novas formas de trabalho e consumo de serviços ganham força por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Certamente, encontraremos um mundo diferente do que conhecíamos antes das políticas de isolamento social. Na medicina, o cenário também é de mudança. E o que esperar da comunicação médica no pós-covid? Embora seja cedo para traçar projeções futuras, é importante citar pontos que tendem a guiar essa prática em um futuro próximo.
1. Comunicação científica
Com a pandemia, os temas científicos passaram a ter centralidade no debate público. Afinal, é na ciência que a sociedade aposta sua expectativa para um possível retorno à normalidade. E é impossível dissociar medicina e ciência. São dois campos que se alimentam mutualmente. Apostar na comunicação de conteúdos científicos é fazer com que a medicina, e o profissional - por consequência -, esteja na dianteira e conduza esse debate.
2. Médico com educador
Este segundo ponto tem relação com o anterior. O fato é que há uma grande parcela da população sedenta por informações corretas e com respaldo; paralelo a isso, vemos uma crescente onda de disseminação de informações incorretas ou falsas nas mídias sociais. Portanto, é preciso estar presente nesses espaços levando informações com respaldo científico. Lembre-se: não há vácuo na comunicação. A informação chegará ao público de um jeito ou de outro. Então, é importante ser protagonista desses espaços.
Como? Criando ou compartilhando conteúdos de relevância científica, participando como moderador de grupos virtuais de pacientes, interagindo com formadores de opinião. Ou seja, é preciso ocupar os espaços onde as narrativas são feitas. A nova comunicação médica exige, sobretudo, que os médicos sejam facilitadores do conhecimento para os seus públicos.
3. Muito além do marketing
A comunicação de marketing pode proporcionar resultados mais rápidos, é verdade. No entanto, o atual contexto relativizou muito a questão temporal. Querer construir uma imagem para impactar o público-alvo no hoje pode ser uma estratégia falha, principalmente porque não é possível saber quando haverá um retorno do investimento nesse tipo de comunicação pelo próprio cenário de isolamento social.
E qual a imagem profissional ficará mais fortalecida no pós-pandemia? Isso mesmo, aquela construída a partir de um trabalho de longo prazo, pautada em conteúdos que sejam significativos para os públicos e que traz para sua prática comunicativa a responsabilidade social com as informações que circulam nas redes.
Por Thiago Sousa Costa, jornalista e relações públicas.