Os riscos da automedicação

Pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia em parceria com o Instituo Datafolha (2019) indica que 77% da população brasileira faz uso da automedicação. Até mesmo quando os medicamentos são prescritos pelo médico, é comum os pacientes alterarem a dosagem indicada pelo profissional - comportamento constatado em 57% dos entrevistados.

Apesar de ser uma prática muito comum na população brasileira, a automedicação traz uma série de riscos. Confira alguns:

1. Intoxicação

O primeiro grande risco de se automedicar é provocar uma intoxicação no organismo. Ao prescrever o medicamento, o médico analisa previamente a doença e o próprio organismo do paciente - um balanceamento que diminui o risco de intoxicação.

2. Dificuldade no diagnóstico da doença

Imagine você sentindo uma dor constante no estômago. Nessa situação, o correto é procurar orientação médica imediatamente; assim, será possível receber um diagnóstico mais preciso. Do contrário, ao tomar medicamentos por conta própria, os sintomas da doença podem ser mascarados, o que dificulta o diagnóstico médico.

3. Dependência química

Todo medicamento traz consigo um combinado de fármacos com o objetivo de provocar determinado efeito no organismo. Ao sentir os sintomas aliviados, o paciente que se automedica tende a repedir o consumo, o que pode levar à dependência química do medicamento. Além de prejudicial à saúde, essa dependência dificulta o correto diagnóstico médico.

4. Reação alérgica

Reações adversas, como alergias, podem vir acompanhadas com o consumo de medicamentos. Na automedicação, esse riso se intensifica pela falta de orientação quanto à dosagem e periodicidade do consumo.

5. Interação medicamentosa

A interação medicamentosa é a alteração produzida nos efeitos de um fármaco devido à ingestão simultânea com outros remédios. Isso prejudica a eficácia dos medicamentos, bem como pode potencializar efeitos adversos.

6. Resistência aos medicamentos

Algum tempo atrás, a venda de antibióticos no Brasil era feita sem nenhum controle. As consequências negativas dessa prática eram vistas nas internações médicas, quando os pacientes com infecções demonstravam resistência cada vez maior aos medicamentos. Por isso, a automedicação com antibióticos foi totalmente proibida no Brasil, assim como em muitos outros países. Essa resistência também ocorre com outros medicamentos.

Ou seja, a automedicação é um grande erro. No lugar da cura, ela promove uma falsa impressão de melhora, pode piorar o quadro de saúde e dificultar, inclusive, o correto diagnóstico e tratamento da doença. Conheça também Acompanhamento médico: 5 razões para ir ao consultório com mais frequência.

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